domingo, 2 de novembro de 2014

2 de novembro - DIA DE FINADOS


REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

Pe. Thomaz Hughes, SVD

2 de Novembro - COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS

    
Oração do dia
Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé em Cristo ressuscitado, para que sejam mais via a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Leitura: Segundo Livro dos Macabeus (2Mac 12,42-45)
Os homens do exército de Judas Macabeu 12,42 puseram-se em oração, pedindo que o pecado cometido [pelos soldados mortos na batalha] fosse completamente cancelado. Quanto ao valente Judas, exortou o povo a se conservar sem pecado, pois tinham visto com os próprios olhos o que acontecera por causa do pecado dos que haviam sido mortos. 43 Depois, tendo organizado uma coleta individual, que chegou a perto de duas mil dracmas de prata, enviou-as a Jerusalém, a fim de que se oferecesse um sacrifício pelo pecado: agiu assim, pensando muito bem e nobremente sobre a ressurreição. 44 De fato, se ele não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria supérfluo e vão orar pelos mortos. 45 Mas, considerando que um ótimo dom da graça de Deus está reservado para o que adormecem piedosamente na morte, era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que mandou fazer o sacrifício expiatório pelos falecidos, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado. Palavra do Senhor.
  

Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
É esta a vontade de quem me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele meu deu, mas que eu os ressuscite no último dia (Jo 6,39).


EVANGELHO (João 6,37-40)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 6,37 Disse Jesus: “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora. 38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia. 40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO



   A celebração de hoje, de enorme importância na prática religiosa do povo brasileiro, deve ser vista em relação com a de ontem, dia 1 de novembro - a Festa de Todos os Santos. É a grande celebração da “Comunhão dos Santos” - nós, a Igreja peregrina, ontem comemoramos a Igreja já vivendo a plenitude de vida com Deus; e hoje comemoramos a Igreja ainda em processo de purificação (a palavra “purgatório” vem do termo latino que significa “purificar” e não “sofrer”). No fundo, celebramos o imenso amor de Deus para conosco, todos participantes daquilo que celebramos todos os domingos no Credo quando declaramos que acreditamos, “Na Comunhão dos Santos, na Ressurreição da Carne e na Vida eterna”.
     Embora para muitas pessoas a celebração de hoje traga sentimentos de tristeza, pois suscita lembranças e saudades dos seus entes queridos já falecidos, realmente é uma celebração de esperança e confiança na bondade, no perdão e no amor de Deus. A primeira leitura de hoje, tirada do II Macabeus 12, 43-46, lembra que o líder judeu, Judas Macabeu, organizou uma coleta para custear sacrifícios oferecidos pela descanso eterno dos mortos, recebendo assim um elogio do autor do livro junto com o comentário “...belo e santo modo de agir, decorrente da sua crença na ressurreição!  Pois, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles.  Mas, se ele acreditava que uma belíssima recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento.  Eis porque ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de seus faltas”.
       Nada deve marcar tanto a vida do cristão quanto a sua fé na Ressurreição.  É o fundamento de tudo.  Paulo, polemizando com a elite da comunidade de Corinto, que, influenciada pela filosofia grega, negava a realidade da Ressurreição do corpo (embora aceitasse a imortalidade da alma, o que é diferente) insiste: “Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou.  E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e a nossa fé em vão.  Se os mortos não ressuscitam, Cristo não ressuscitou.  E se Cristo não ressuscitou, a sua fé não vale nada e estão ainda no seu pecado” (I Cor 15,13-18).  Não há reencarnação, nem somente imortalidade da alma, mas a ressurreição do corpo – seguindo Cristo, passamos pela morte e continuamos vivos como ele, Primogênito dos  mortos, em uma vida plena com Deus.  Por isso, hoje torna-se, apesar dos sentimentos de saudade e tristeza que são naturais, a celebração do fundamento da nossa fé – a morte foi vencida, o mal é um derrotado, o pecado foi derrubado e celebramos o grande dom de Deus – que vamos participamos na sua vida plena e eterna!
      Nem sempre o Povo de Deus tinha esta fé – até quase o tempo dos Macabeus, uns 200 anos antes de Jesus, se acreditava no Sheol – a “mansão dos mortos”, destino final de todos, lugar sem vida, sem felicidade.  Por isso se acreditava muito na “teologia de retribuição” – ou seja, que Deus recompensa os bons já nesta vida com riquezas, saúde e prosperidade enquanto castiga os injustos com doenças, pobreza e morte precoce.  Mas entre os sofridos nasceu um grande questionamento – isso não se verifica na verdade das nossas vidas.  Muitas vezes os justos sofrem, são perseguidos e carecem de tudo enquanto os malvados se enriquecem e prosperam.  Assim, devagar, nasceu a fé na ressurreição dos mortos, onde a justiça de Deus se manifesta e onde o destino dos justos, apesar dos seus erros e falhas, é participar da vida plena de Deus. Assim, Jesus conclama, na Evangelho de hoje, todos os que sofrem para que ouçam a aceitem a sua mensagem de fé no Deus misericordioso, compassivo, de perdão e amor, e rejeitem o que foi muitas vezes pregado pela religião oficial do seu tempo – que os pobres e doentes são os rejeitados por Deus enquanto os prósperos e abastados são abençoados.  Jesus convida a todos para que assumamos a sua “Boa nova” e lutemos por um mundo de vida para todos, pois ele veio para que todos - e não somente os privilegiados pela sociedade materialista e excludente – tivessem “a vida e a vida em abundância” (cf Jo 10,10).



Salmo 26/27

O Senhor é minha luz e salvação.

O Senhor é minha luz e salvação;
De quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
Perante quem eu tremerei?

O Senhor é minha luz e salvação.

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
E é só isto que eu desejo:
Habitar no santuário do Senhor
Por toda a minha vida;
Saborear a suavidade do Senhor
E contempla-lo no seu templo.

O Senhor é minha luz e salvação.

Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,
Atendei por compaixão!
É vossa face que eu procuro.
Não afasteis em vosso ira o vosso servo,
Sóis vós o meu auxílio!

O Senhor é minha luz e salvação.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
Na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
Espera no Senhor!




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